LIFE 10 NAT/ES/000582
Mexilhão zebra (Dreissena polymorpha)

Descrição

Molusco bivalve oriundo da região Cáspica e adjacentes (Mar Negro, Mar Cáspio, Mar de Aral e os seus estuários). O seu nome comum resulta da forma da sua concha triangular sulcada por um desenho irregular de bandas negras e brancas em zig-zag semelhante à pele das zebras. É pequeno, alcançando no estado adulto os três centímetros de largura. Fixa-se ao substrato mediante o músculo bisso, formando racimos densos e de grande extensão. Habita em águas doces, ainda que também resiste a águas salobras, preferindo as águas paradas e com pouca corrente. Tolera a exposição ao ar por períodos de 5-6 dias. Alimenta-se de fitoplâncton. São unissexuais (ainda que se constate casos de hermafroditismo), existindo mais ou menos a mesma proporção de machos e fêmeas numa população. As fêmeas reproduzem-se no segundo ano de vida sendo a fecundação externa. Cada postura é de uns 40.000 ovos e uns dias despois da fertilização nasce uma larva planctónica, a qual se dispersa e cresce muito rapidamente, passando um mês no estado juvenil. Um mexilhão zebra pode produzir entre 30.000 e um milhão de descendentes ao ano.
Vias de entrada e de expansão

A navegação está considerada como a principal via de entrada desta espécie na maioria das zonas ou países de onde não é nativa. A partir do século XIX o mexilhão zebra estendeu-se pela Europa através dos canais de navegação interfluvial que se construíam entre os rios dessa zona. Foi nos anos oitenta do século XX quando a invasão atingiu também a América do Norte através do transporte marítimo de mercadorias. Atualmente, colonizaram numerosas águas continentais (rios, lagos, lagoas e barragens) desde a América do Norte até à Europa Central e Ocidental. Para propagar-se, basta com que alguns mexilhões se peguem aos cascos, ou que as larvas viagem nas águas de lastro, nos equipamentos de pesca, em botas, nas embarcações...
Impato

Ao alimentar-se de fitoplâncton, compete com outras espécies autóctones por este alimento deslocando-as, incrementando o nível de matéria orgânica, afetando a qualidade das águas continentais. Compete e desloca as espécies autóctones de bivalves. Causa um grande desequilíbrio ecológico ao cobrir e estofar todo o substrato que encontra no seu caminho: leito fluvial, pedras e rochas, vegetação ciliar, conchas bivalves nativas, construção de todos os tipos de turbinas hidráulicas, ralos, tanques, cascos, motores e âncoras de barco, cais indústrias, usinas, estações de tratamento de água, barragens, açudes, canais de valas e canais de irrigação, de entrada e saída de usinas de energia, etc., e até mesmo o bloqueio completo do encanamento, tubulações, irrigação e linhas hidráulicas em geral. A acumulação de milhares de conchas dos espécimes mortos de mexilhão zebra altera drasticamente as características do substrato dos fundos dos rios, das praias ribeirinhas e dos sedimentos fluviais. Diminui a concentração de oxigénio provocando fenómenos de anoxia nas águas. Também se constatou um aumento na transparência da coluna de água, dando umas condições mais propicias para o desenvolvimento de plantas bentónicas nos troços afetados e uma acumulação de matéria orgânica em descomposição no leito do rio. O seu impato económico assenta na obturação de todo o tipo de sistemas (agua potável, industrias, centrais hidroeléctricas e nucleares, etc.) além da elevada quantidade de dinheiro necessário para colmatar os danos produzidos.

Incluída no grupo das 100 Espécies Exóticas Invasoras mais prejudicais do mundo (Global Invasive Species Database).
Ficha del CATÁLOGO ESPAÑOL DE ESPECIES EXÓTICAS INVASORA

ESTRATEGIA NACIONAL PARA EL CONTROL DEL MEJILLÓN CEBRA (Dreissena polymorpha) EN ESPAÑA
Tem um crescimento rápido e, reproduz-se praticamente todos os meses, de maneira que cedo forma as características mexilhoeiras constituídas por centos ou milões de indivíduos por metro quadrado acumulando-se as conchas vazias nas margens e fundos dos cursos de água. Em Espanha, os primeiros exemplares jovens de mexilhão zebra detetaram-se na bacia hidrográfica média do rio Llobregat (Barcelona). Desconhece-se a sua origem, mas sabe-se que desapareceram com as inundações de Outubro de 1982. Foi em agosto de 2001 que um grupo de malacólogistas da Catalunha, especialistas em náiades, e de naturalistas do Grupo de Natura Freixe de Flix (Tarragona) detetaram a sua presença no baixo Ebro (Cataluña) desde Xerta até à barragem de Ribarroja (Aragón). Foram várias a teorias apresentadas, sobre a aparição do mexilhão zebra na Península Ibérica. Não se sabe qual foi exactamente o mecanismo de introdução da espécie, ainda que o mais provável parece ser através do Ebro numa embarcação infestada com mexilhões zebra ou carregada com água de lastro infestada por larvas. Atualmente, na Península Ibérica surgiram, além da bacia hidrográfica do Ebro, na do Júcar, do Cantábrico, do Segura e do Guadalquivir.
Dreissena polymorpha - © Corey Raymond
Dreissena polymorpha - © Corey Raymond
Dreissena polymorpha - © Creative Commons
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“Luta contra as espécies invasoras nas bacias hidrográficas dos rios Tejo e Guadiana na península ibérica”
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